quinta-feira, 27 de maio de 2010

Le long du fleuve


Banha-me. Leve e puro como mais nada. É água, é desejo impróprio de coração mal explicado, mal vivido, pouco interessado. Me adormece. Sonharei marés altas, ondas repentinas, areia líquida e sol frio. Mais um dia, cidade cinza! Eu estou aqui. Olhe! Estou aqui. Continuo aqui.


Tudo o que eu vejo são restos. Porta retratos jogados, lágrimas embolando solidão ao som da valsa triste.


No meu sonho eu vou, ao longo do rio, atravessando uma barreira de flores perfumadas e chego naquela árvore seca que faz sombra aquecida. Segura estou. Olhe! Estou aqui. Mas não preciso mais de ti.


Dancei conforme a valsa. A dança acabou. Mas continuo escutando a música... Olhe! Não preciso mais de ti. Mas ainda estou aqui.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Medo

Realidade era acreditar no impossível que não chegava a ser tão impossível. Imaginação foi acreditar no desnecessário e sonhar com a possibilidade de ser real.
Era tão paupável, amável e solitário. Quase como se tivessem jogado a forma fora após terem o criado. Uma impossibilidade real.
Eu só precisava ser compensada. Você teve suas chances e agora elas estão jogadas, espalhadas pelo chão.

Quase sempre você acha que aprender errando é o melhor para nunca mais errar e se esquece de como doeu. Eu tinha medo de acertar... como pode? Medo de acertar é ter medo de viver. Então abandonei meus pensamentos com a dor de quem abandona o próprio ser e fui tentar acertar. E por ironia do destino quando eu realmente queria ganhar, eu perdi.

E agora tenho medo de errar de novo.
Alias, você perdeu. Perdeu sua chance, meu sorriso e minha gratidão.

Sua chance de me fazer muito mais feliz do que eu estava.
Meu sorriso ao te ver.
Minha gratidão por ter acreditado em acertar.

Não sei se te quero mais do que queria. Mas ainda te quero.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Nostalgia

Eu me imagino numa estrada de terra seca quando esta começando a escurecer. Estou sozinha, mas duas sombras se formam naquele chão opaco enquanto o sol vai se pôr na cama.
Eu olho, rezo, imploro, choro e não aparece ninguém para prencher a mancha preta cada vez mais nítida no chão.
Então eu imagino que talvez seja só o projeto de imagem que eu criei para você, um pedaço de céu com uma pitada de inferno. Penso também que aquela imagem não me pertence, não esta rente a minha, algo nos separa - algo invisível não só a mim e sim a todos - e nem fomos postos juntos ainda.
O fato de você ser real e eu ter criado o irreal, me torna uma tremenda remendadora de desejos. Eu e um grande vazio.
E como o fim de um livro empoeirado, com folhas grossas e amareladas do tempo, o dia vai sumindo dos meus olhos, meus pés ficam cansados de esperar por esse alguém e eu já sinto a mesma dor de tempos atrás.

Sou a poeira que o sol deixa escapar, sou toda céu e solidão. Você parece estar aqui e um dia vai de fato estar.

domingo, 2 de maio de 2010

Dig

Light Grenades. Quem diria que tudo iria começar e não ter um final... Eles fazem parte da exceção da história, onde tudo tem um começo e um fim. O que é na verdade dificil entender é que a história começa e continua sem deixar de ser light grenades.
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Duas pessoas. Uma mesma crença. Uma mesma vontade. Iriam fazer acontecer. Não sabiam de nada disso.
Ele foi rude ao primeiro contato, como um bixo do mato anti-social que não estava em seu habitat natural e ela se distanciou, ofendida e confusa. O motivo desses segundos, talvez minutos de aproximação: Light Grenades.
Ela passou dias sem vê-lo, mas sem ouvir dele, jamais... Ouvia dele a todo momento e ouvia com atenção, mas não estava mesmo interessada. Ele parecia mais um.
O reencontro não foi inesperado, sabiam que havia de acontecer uma hora ou outra.
Dessa vez, ele deixou sua mente aberta e resolveu falar algo.
O falar dos dois desenvolveu mais do que uma simples amizade.
Paixão. Uma light grenade enorme no mundo dos dois. Uma amiga inconformada com a situação e duas pessoas flutuando inconsciente pelo ar, era preciso puxá-los bruscamente de volta ao planeta Terra e acordá-las aos berros.
Ela vagava nas aulas, olhares perdidos por esse mundo louco de sensações que só ele conseguia lhe promover. Passavam horas rindo das coincidências e cada vez mais tinham a certeza de eram e estavam predestinados a serem apenas os dois.
Algumas brigas bobas, piadas sem nexo e coisas que só os dois, entre olhares, entendiam.
O amor não se escondeu diante deles, abriu as asas e pousou sem pensar nas consequências entre os dois. E mais uma vez, light grenades.
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E eu sou uma das pessoas que pode dizer sinceramente, sem medo de ser sincera demais que os dois brigam, pulam um em cima do outro, fazem cara feia, discutem sem motivos e se amam além do que podem imaginar.
Amar não é o contato físico, isso é apenas uma consequência. Amar é defender (#tapas em ponto de ônibus mode on) e se surpreender a cada beijo e a cada abraço apertado. É estar sempre ao lado mesmo estando longe. E disso, podem ter certeza, vocês só não são capazes como fazem todos os dias.

Parabéns Guilherme por aguentar essa pequena ruivinha que eu sei que atormenta demais, mas saiba que ela leva ao pé da letra o fato de te defender e te amar.
Parabéns Milkitz por saber aturar a cabeça esquecida que esses meninos possuem e por nunca se esquecer de superar a si mesma diante dele.

Se amem cada vez mais porque amar é uma experiência sem igual e sem limite.