sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cidade cinza do céu azul


Uma rua abriga milhares de passos
O ar acolhe vozes simultâneas
Meus joelhos se atiram na imensidão do céu azul
Caminho lentamente, sem falar
Respirando as vozes, o ar, respirar

O sol invade minha janela das ilusões
Me retorço e me queixo
É manhã na grande São Paulo
Já posso ouvir os passos apressados
Caminhando alternados
Pelos cimentos esburacados
Sorte que nos pés só reclamam os calçados

A vida é cinza de cima da torre
Nó de proteção me impede da loucura
Pular e esquecer que não voo
Sentir-me livre dentre o sopro da tua voz
Só da tua voz doce e não o culpo

Faço-me prisioneira do meu destino
A cidade me deseja boa sorte
A sorte esta em cada sorriso apressado
Há quem não veja a felicidade do serviço pesado
Mas só existe tristeza onde não há humanidade
Somos humanos em busca da sinceridade
Felicidade só não temos porque não queremos

O sol busca a cidade movimentada
E me acorda pra dizer que já chegou a hora
De tomar café e rezar
Respirar as vozes, o ar, respirar



quarta-feira, 21 de julho de 2010

Why can't I ?

Eu peguei seus pensamentos em mim
Assoprei pro ar apenas para deixar de pensar
Mas então eu sei que você não fez o mesmo
Porque cada vez que pensa em mim, eu já estou pensando em você.

Não foi um erro o que passou
Mas cada passo que eu dou para frente, algo me puxa para trás
O tempo que passou foi o suficiente para mudar
Esse vazio que nós insistimos em abandonar?
A vida me implora pra não olhar
Então eu deixo de pensar por alguns segundos
Pra voltar a navegar nesse mar após você pensar em mim.

Eu tenho uma certeza.

Eu não vou voltar, mas eu sinto falta daquele seu olhar
De quem aprovava tudo que eu fazia
Mesmo quando eu não merecia.
Que era pelo menos real para mim e que perdurou
Mas não durou o tempo suficiente
Pra ter um fim.

Eu cortei esse laço que restava entre nós
Agora só penso em você quando eu quero me deixar sofrer
E já não tenho tempo para olhar para trás
A vida me contou que tudo vai melhorar
Por que não acreditar?
Ela esteve comigo, quando você estava ocupado demais para se preocupar.

Essa é a certeza que eu precisava te dizer. Já não sou mais quem eu costumava ser.

domingo, 4 de julho de 2010

Reflexos

Projeto luzes incandescentes
Formatos inexperientes
Dores inconformadas com a minha solidão
E a paciência já não é mais paciente
É doutora da minha loucura
Que venha!

Pisco e pesco
Te pego no ar
Viro do avesso, não me deixe parar
Faça com que eu tenha vontade de te largar
Insista no meu abraço, me force a ficar
E eu te deixarei ir

E no meu reflexo eu permaneço estática
O meu medo não me amedronta mais
Respiro, mas não ar
Há de vir quem dirá
Faça isso, por que não?
Eu sou melhor assim

Imóvel, resfrio o meu ser
E a alma cansativa, mas não cansada
Continua o que era longo
E agora até parece breve
Sem mais ver
Deixo pra trás meu coração
Minhas meias e dedicação
No chão