sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

amigo

Queremos que acabe logo, mas queremos que dure para sempre. Não queremos a distância imediata, mas queremos o nosso futuro em mãos. Não queremos a dor da saudade, mas queremos poder olhar pra trás e sorrir. Não queremos o ponto final nessa história, mas é necessário que haja para prosseguir.
Talvez eu e você, não signifique nada. Mas nós é o suficiente para guardarmos por uma boa eternidade.
Queremos o choro feliz, o choro de orgulho, o choro de quem fez por 3 anos -quase- tudo certo.

Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

take me to the place i love

Pés úmidos na areia seca e quente. Era a cena de um final feliz. Pulava de um lado para o outro, tentando, inutilmente, fugi da secura daquele dia. Queria manter seus pés do mesmo jeito.
Não havia muita opção, pois, naquele momento o trajeto que sua vida percorrera até então havia levado para ela ou por ela, conchas infinitas do mar salgado e quente.
Quero correr. Pensava. Mas a secura da areia fazia de seus pés duas pedras fincadas ao chão, que somente com grande esforço se moviam. Morreria tentando correr, então, resolveu ir conforme o mandamento.
Um pé depois do outro, diante da mar de fogo e de água, separados por pedras que espetavam o ar.
Tinha nos olhos a mistura do calor da terra e da umidade do mar. Sereia, sim. Mas não sabia nadar.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Peanut

Como me explicar? As vozes me sobrepassam, julgando o fato de continuarmos atentos a nós e apenas isso, no mais profundo sentido de sermos, importa. Como pode todo esse medo da distância infra vermelha, por segundos, nos pegar no flagra? Somos dois e não importa mais se somos ou não um só, porque, sinceramente, somos eu + você e então já não me importa onde começamos ou esquecemos de introduzir a bela introdução de praxe.
Eu quero continuar existindo, seja lá para o que for, em você. Não me abandone ou pense em deixar. Somos muito mais quando somos só eu e você.
Perguntas são melhores entendidas quando não feitas, mas as respostas, ah as respostas devem ser esclarecidas, mesmo quando não há nada para se esclarecer.
Medo de perder. Medo de esquecer. Medo de não sermos mais. Pra o que der e vier. Eu, você, duo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sobrenatural

Palavras que voaram quando menos esperava. Olhares ditraídos pela multidão e somos 4. Pares que ninguém percebe a profundidade de sermos só eu, você.
Sinto meu coração acelerando como se fosse para nunca mais reduzir e há um riso nisso. Há uma expectativa. Todas cumpridas. Todas perfeitamente enlaçadas.
Longe, eu não me sinto como se já te conhecesse o suficiente. E então a proximidade, o toque, o conforto faz parecer anos luz de experiência sobrenatural.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Feel the beat

Comece de novo. Do começo. Do princípio. Bote todos em seus devidos lugares e deixe as cortinas se abrirem.
Dizem vá, siga, mas quando não se dá um passo em direção á luz, não precisa ser o fim e não é.

Eu quero a paz do que é estar ali. Eu quero a emoção de sentir que o mundo é meu por instantes.

Eu desisti de você por tempo demais. Vou voltar atrás.


FEEL THE BEAT

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Inesgotável

O que fazer com essa parte que não te dei?
O que fazer para permanecer intacto tudo aquilo que sonhei?
A vida nos percorre e por caminhos estranhos demais para prosseguir sem ao menos desejar evitar o inevitável.
Permanecemos, então.
Meu lado vazio, seu lado inesgotável.
_

Segurei sua mão meio aquela confusão de reflexos acusadores.
Sibilei um juramento por entre as vozes descabidas e molhei meus lábios nos teus.
Pra sempre, pensei.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

7

A fantasia real que criastes para ser sentida com os ossos da pele corroída com o tempo, com as marcas de homem do mundo não me deixaram a sós para descansar. Os seus desejos explorando as cavidades explosivas do eu interior habitado, ou a falta do mesmo em qualquer lugar e novamente, que seja. Partes de mim, ou quiçá também partes de você, fundiram-se todas no sentido absoluto de existência, de realismo, de subsistência dos fatos.
Perco a necessidade do supremo e teimo em seus cartazes de erudito exposto. Percorra meus abismos, mas não me deixe a beira de um.

Boneco de Palha ou não, 7 é o suficiente para mim.

domingo, 7 de agosto de 2011

Terra

A vida seca de um lado do horizonte. Pedaço por pedaço. Cai aos prantos na terra enfeitada de cheiros e rituais místicos, soa desgosto por ser o que é: chão.
Pés descalços, unhas atoladas na secura das gotas pobres que lhe inflam a testa, os lábios. E passo por passo, segue a direção do norte, ofuscando qualquer urubu que ouse pousar em sua natalidade. Era maior, seguro de si, da morte, da vida, dos trajetos que o levariam até o descaso. Por enquanto, ainda era Homem.
O sol desapareceu vagamente e ele conseguiu ver suas estrelas. Revirou os olhos e caiu morto. Agora, era homem morto.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Unexpected

Completo não é mais metade, é sim todo o inteiro que eu provei.
Duas páginas descalças do que restou dos desejos secretos que neguei.
Provoco a mim mesma utilizando de decassílabos descontentes com o bom proveito.
Convoco ao ser que já não me cabe mais negar, pois meu corpo só pede acrescentar.
Peço piedade aos pulsos já acelerados, peço aos céus que me guardem salva.
Mas permaneço intacto em ti. Mente e corpo unidos, mente e diz que precisa. De mim. De mim.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

yesterday

Eu passo cada momento contando o tempo. Vai demorar? Não poderia ser mais devagar? E eu não me canso de tentar não pensar, mas você está em tudo. Me dá segurança saber que eu te tenho. E eu tenho, mesmo, não é? Muito tudo em tudo. Quero você hoje e sempre.

domingo, 19 de junho de 2011

Vício

Sobe entre as paredes, faz de mim seu vício, sua mania inteira de tirar os versos, os decassílabos que não me fazem só sonetos, mas mais de si e menos de mim, cada vez mais pensando em ti, vivendo a sorrir, pelo cantos, à aplaudir os cantos, observar os atentos já não me basta, queria mais do mundo, da vida que só me dá gostos a mais e eu agradeço.
Vem por cima, me ensina como ser mais você.
Faço escuro e te sigo sem te perder, me perdendo nos prantos labiais, toques e mais toques.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

he wont go

Prisão dos ventos cortantes. Cada suspiro, cada aperto na beira da cintura, suas mãos mornas nas minhas gélidas.

Assumir um risco de um mal tão procurado... Por quê não? Perdi a confiança, eu também perdi o chão uma vez. Deixar-se levar não é tão simples depois que um mero sopro te fez cair de cara na solidão, mas há momentos que você tem que saber diferenciar o certo do que poderia ser errado e não é. Nós somos o correto. Siga em frente e Esquente Minhas Mãos.

Dentro do meu bolso, como chaveiro, na minha mochila ou nos pensamentos. Você está. Simples assim.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Batida

Eu vou agir conforme a batida, pensando no ritmo do seu coração. Cansei de pensar só por mim, pelos meus erros, cansei de ser freada diante o desespero informal da vida.
Pensar em um modo de não interromper o nosso drama, curvando as friezas e nos sentindo bem por sermos nós mesmos a estar ali.
Não vou me decepcionar dessa vez.

Enterrei os joelhos na terra úmida, levei minhas mãos ao céu e me levei pra bem longe dali.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Persistência

A sua imbecilidade por não querer o que pode ter, é quase tão enorme quanto a minha de querer algo que não posso ter.

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A persistência, o impulso insano de querer algo que não existe.

Olhou para os lados respirando lentamente, tentando focar em qualquer movimento inesperado, como se seu coração estivesse do lado de fora, fora do lugar. Atentou seu cérebro para imagens de uns anos atrás e não houve movimento algum. Até que enfim, pensou aliviada. Então, como se em resposta, viajou para alguns verbos mais recentes e quase pode escutar o som abafado que temerá. Uma gota salgada rolou discretamente por entre os pulsos, por entre os ares. Ela havia trocado de ventura, trocará um que já não a machucava mais por um que a cada passo dado, pisa em seu pé, que a cada palavra dita, consegue tocar sua nuca, fazendo com que linhas invisíveis de energia percorram suas costas frias. Vá se foder, pensou enquanto dormia. Sorriu.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amargo

O som amargo que me invade
A saliva aguda que consome
O pão, a ausência, o coração
A vontade absoluta do não

Sobe e desce na saudade
Fora o som que me emudece
Perco o passo, esqueço a idade
O grito frio que não se esquece

Sois o branco que largou
Perdura e cura a emoção
Sois o negro pálido que negou
Toda essa necessidade dor

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Can't Stop

Domina-me calmamente, mantendo seus pés longe de qualquer poça que queira nos derrubar. Assisto atenta ao espetáculo dos sensos e cá está você, dizendo que já está na hora de tentar, de novo. Juro que recuaria se não fosse as risadas e a naturalidade com que você faz tudo acontecer.

Permaneço imóvel, intacta. E me pergunto se é tudo pra mim. Medo de se arriscar?

Ela alcançou suas pegadas, cheirou os ares como um animal que procura por alimento e perdeu-se na floresta, intensa. Procurava por sabores, texturas e rancores. As pegadas continuavam a lhe chamar -vá longe, mais fundo- e ela respirava com dificuldade, se esforçando para manter a concentração e deparou-se num abismo. Jogou-se. Pois as pegadas seguiam o ar. Perdeu-se.

Eu não posso evitar, arriscar-me é tão bom quanto superar-me. Can't stop, sorry.

terça-feira, 26 de abril de 2011

If it's not like the movies

That's how it should be?


Não foi calmo; Foi bruto, ágil, como se estivesse com pressa de chegar logo e acabar com tudo.

A pressa é inimiga da perfeição? Talvez isso seja mesmo verdade. Mas ninguém, ninguém mesmo pode me culpar.

Eu estou bem, embora as vezes um calafrio percorra o meu cérebro em busca de explicações. Eu aceitei, mas não entendi.

Acabou tão rápido algo que parecia tão natural. Como pode ser?

Eu me sinto como uma turista. Caminhando, agora, por trilhas desconhecidas.

Eu não vou esperar você decidir quando é o momento, mas embora eu tenha decidido isso, não é tão simples assim. Prezo pela minha sanidade.
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If you find yourself alone
Dont remember to call me on the phone
You know I dont wanna be just your friend
So dont try to pretend you get that
While you think about what we had.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tempo

Vá com calma, repetiu freneticamente para o pulso agitado em seu peito, mas ele não parecia lhe ouvir, ou pelo menos não parecia interessado em tentar.

Foram dois anos sem nem ao menos tentar o certo, tentar de novo e então, finalmente, ela abriu seu coração para mais uma primavera. O que são os dias de quem não sente-se inspirado para inspirar? Os dias monótonos e vazios de quem não acorda de manhã com o gosto da saudade?
Esta indo rápido demais, dizia á seu coração. Acalmava-o como quem tenta acalmar uma tempestade, eu quero dizer, isso não depende de ninguém, não é mesmo? Acalmar algo que não pode nem se quer ser controlado. Meu coração bate involuntário, consequentemente, ele sente o involuntário também.
Tempo - diz - dê tempo, ao tempo - repete. E se o tempo precisar de mais tempo para definir-se como tempo o suficiente? Eu preciso de mais dele, não de mais tempo. O tempo só é consequência do querer. Mas afinal de contas, quem eu estou querendo enganar?

Hoje, eu controlo meu coração. Mas eu não quero dizer á ninguém o que fazer. Eu confio em você.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

My heart

Talvez este seja o início de uma nova descoberta. Estou me descobrindo, dos pés à cabeça, de algo diferente, mágico, surreal... Algo que eu já conhecia, mas não tinha me descoberto por inteiro.

De primeira, quando fui pega de surpresa, talvez a pancada tenha sido muito forte e eu fui inconsciente, fui por todos os lados, esbarrando, gritando e tão cega quanto eu poderia ser. No final eu cai e me dei conta de que em todos os cantos por onde tinha passado, jaziam memórias despedaçadas do que poderia ter sido.

Agora estão retirando o meu véu novamente. E assim como antes, eu não esperava por isso. A única diferença é que você esta me guiando.

-

Oh, my heart...

domingo, 27 de março de 2011

Sete

Quantos anos fazem? Na verdade, não importa, mas nós fazemos questão de nos lembrar e relembrar. Me conhecer foi a parte essencial para conseguir te conhecer.
Sinto como se você fosse um anjo, algo que eu criei e guardo em memória para me confortar. Digo e repito para mim mesma que é real, mas como pode ser real algo tão abstrato? Será que não é de mentira? Depois de tanto tempo sem saber qual é a verdadeira face da verdade, eu te quero mais perto, te quero mais para mim, te quero como amigo, como irmão, como anjo presente.
Um faz de conta criado para suportar meus pensamentos insanos? Que concorda discordando com o que eu digo, que me faz parar e pensar melhor, que me apóia e que não descança nunca?
Você se perde na vida, nunca me chama para te acompanhar e eu fico perdida também. Fico com raiva, quero ler seus pensamentos, saber onde está. E é assim que eu sinto que você é um anjo. Sempre me encontrando; Por vezes, enterrada diante do peso da solidão. Sete é meu número da sorte.

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E quantas vezes eu precisei dizer
A vida nunca faz mais do que o necessário
Para nos afirmar que somos mais
Somos maiores e mais que tudo
Somos eu e você

quarta-feira, 23 de março de 2011

it's all about me, all about us


I feel like an unicorn. Full of colorful emotions and sorrow. Does it make sense?

sábado, 12 de março de 2011

Liberty


Pensamos em direitos. Nós pensamos direito?

É a velha moral da vida. Aquela senhora
que passa o dia tricotando na varanda,
com pantufas e coque no cabelo loiro, desbotado.

Não há ninguém que possa te dizer o
que fazer e que a opinião seja melhor que a sua.

Liberty. Liberdade de ser, então seja.



A brisa calma, o cheiro de primavera que invadia seus cabelos, seus desejos. Andava descalça em grama molhada, úmida de lágrimas primaveris. As flores cantavam ao seu redor, oh belo dia que nasce das profundezas terrenas, do choro minguado da lua mal iluminada. Ajoelhou-se como se fosse rezar, estendeu os braços como se fosse louvar, fechou os olhos como se fosse chorar e suspirou como as paixões sem endereço, nem sobrenome.
Ela era quem deveria ser, ninguém havia lhe dito o que fazer. As árvores a encaravam com admiração, as folhas queriam tocar sua pele dourada, o sol tranquilo a queria em seus braços e todas as flores cantavam fervorosamente em adoração à liberdade.

"Seja. Sinta. Ame como bem entender."
R.Sigma

sexta-feira, 11 de março de 2011

Rotina

Ela acorda todo dia tentando se manter em uma linha invisível. Passo por passo através do chão duro e frio, não há muito o que fazer, a rotina tomou conta de seus poros, de seus pêlos e ela já não é mais quem deveria ser. Um som agudo de dor soa em seus ouvidos, mas ela o ignora, assim como ignora todo novo som que lhe atormenta. Seu coração pulsa lentamente, como se estivesse entediado com a situação, pronto para dar um golpe a qualquer minuto.

Uma sombra a para. Ele tem formatos regulares, um sorriso encabulado, um jeito de quero mais do mundo. Sua respiração se torna irregular, seus joelhos fraquejam, seu coração vê o momento certo para dar o bote e ela o quer. Quer mais de tudo dele.

Então surge um momento de loucura naquela rotina, mas após alguns dias torna-se uma rotina novamente.

Ela acorda todo dia pensando nele. Passo por passo ela retira as camadas de seu coração. Ele não lhe diz nada. Mas ela é toda pensamentos. Uma rotina. Novamente.

terça-feira, 8 de março de 2011

Se o tempo parasse...


Como pode ser tão fácil para alguns? Ver-se livre do chão? Ir alto e tão longe, capazes de fugir do alcance até dos pensamentos inoportunos? Será que se livram da dor? Será que não se machucam na descida? Permanecem nas alturas quando ficam por baixo?
A dor deveria ser feita de açúcar. Para derreter com a chuva. Para melar os dedos. Para nos dar alegria.
Seria fácil demais -diz o pobre vendendor de jornais, e eu concordo com um aceno de cabeça triste.

Poder querer e dizer é demais, então preste atenção:

Eu falo de voar. Pensamentos são mais felizes quando estão por alto? Qual o gosto das nuvens? Já esta fazendo sol? Vai chover? O vento forte não desvia seu rumo? Você sabe pra onde vai?

O máximo que eu posso chegar de você é sorrindo, mas estando pelo alto você me trouxe dor. Volta pra cá, passarinho.

Novamente, eu me sinto mais no chão do que nas nuvens. Queria saber como é aí em cima. Me leva?

sábado, 5 de março de 2011

No Sunlight

E finalmente eu me jogo nos desprazeres de ser totalmente aberta para novas ilusões, para novos meios de sofrer perante meu coração já encabulado.
Não me apaixono. Pior. Coloco-me diante de suas espadas cruéis e não me sinto nas nuvens, me sinto no chão. Bem abaixo de seus pés e eu não entendo porque faço isso.
Não choro. Pior. Derreto por dentro, como gelo em mãos mornas. Finjo que não vejo, por mim, aliás, está tudo muito maravilhoso. Essas mentiras convencem a todos, só não a mim.
E você me é indecifrável. Seus pensamentos não existem, talvez seja melhor até imaginar que tu não pensas, em mim tão pouco.
Qual a ideia insana que se coloca a frente de todas as outras que lhes são gratas por existirem. E eu não consigo pensar em mais nada.
Me responda. Me dê um sinal. Me deseje.
-

E todos esses sinais pertubados
De um meio mal intencionado
Milhares de almas se põe a cantar
Louvando aos ares, o que há
E o que há?
Intuições de um ser que mal é
Lembrado pelas certezas de quem o ama
E quem será? E o que há?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nada Aconteceu

Ela jogou-se, reprimida por seus pensamentos, em mar profundo. Água ou gelo, não poderia dizer, pois foi tão rápido quanto o ato de pular.
Afogou-se então em lágrimas, chorou por desespero, quis por consolo não sair mais daquela posição e vulnerável que estava, fechou os olhos.
A dor aguda pairou sobre seus pulmões e suas bocas pediam reza, ajuda de qualquer plano que pudesse toca-la. Ainda não sabia que morrera.
Pensou no mundo ainda colorido sobre seus olhos fechados e quis ter certeza que não sonhava. Abriu a boca e suspirou fundo. Ah, quão fundo tinha de ter ido para chegar onde estava...
Ninguém ousou dizer uma sílaba, por respeito, afeição, por qualquer razão que seja, seguraram na garganta os gritos histéricos de sanidade. Não queria ser sã, ninguém precisava disso agora.
Seu cérebro apagou lentamente, sua boca secou de tristeza e nada podia conforta-la.
Levou os braços aos joelhos, agarrou a pele com os dentes e gritou com a sanidade de um titã.
Parou alguns segundos, suspirou, abriu os olhos e saiu andando calmamente.
Nunca nada aconteceu.

-

As dores profundas de um calor mal resolvido
Pensamentos insanos que me torturam a mente
Indiferente ao temor, você adormece
Esquece que me viveu ontem
E não liga se eu quero viver de novo
Amanhã.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

If its not like the movies

Eu já fui muitas. Não só nessa vida, mas em muitas outras. Eu já fui outros. Estive em tantos lugares dos quais realmente não me lembro. Talvez tenha participado de atos que hoje eu abomino. Ou até talvez tenha sido vítima de algum desses atos.
Mas nessa vida, eu sou quem eu tenho de ser e sinto, as vezes, uma vontade enorme de inverter papéis, de encenar outra coisa, de dizer outras falas, de amar pessoas que me amam e não viver uma paixão platônica doida.
O momento crucial para se divertir é quando você sente que pode desabar, mas é nesse exato instante que o mundo se fecha e não há nada nem ninguém que possa te fazer rir, se você mesmo não quiser, mesmo que isso esteja escrito em algum lugar, determinado para ser, rir é a única coisa que só você pode escolher fazer.
Hoje eu escolhi chorar e enquanto isso, pensava "Por que estou fazendo isso?" e depois percebi que foi somente para olhar o motivo e rir depois.

Eu já fui tantas pessoas das quais não me lembro que fico com medo das consequencias de quem eu não sou mais. Sorte minha que tenho mais do que 1 vida pela frente para consertar qualquer estupidez dessa. Vou rezar hoje.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Viver Apaixonada

Faz tempo que eu tenho saudade da paixão. Mas não paixão por coisas materiais, paixão daquelas que você não pode ter ou nem sabe se pode, sabe? Essa eu tenho uma saudade imensa.
Sinto falta de suspirar horrores durante o dia inteiro, de ser pega no flagra pensando em uma certa vida alheia, de querer estar o tempo todo junto.
A verdade é que eu me achei muito difícil nesses tempos, ou então estamos com falta de homens que valem a pena no estoque.
Encontros só por encontrar não valem a pena, eu quero alguém que me faça sentir mais eu. Que seja o que eu não sou - mesmo que seja de passagem.
Quem nunca duvidou do amor? Será que ainda sobrou paixão pro mundo? Ou será que fomos engolidos pela pressa diária?
Eu começo a duvidar da minha capacidade de me apaixonar, pois ninguém me interessa realmente.
Ai então me vem bobagem na cabeça e acho que já estou apaixonada. Tsc. Vou esquecer isso. É melhor pra todos. Eu digo, isso é sério mesmo. Eu quero viver apaixonada. Sofrer de paixão é ruim mas é bom, não é?

_

Post incomum. Mas é o que esta me movendo atualmente. A vontade de viver apaixonada. E não só pela comida, porque isso já é paixão antiga. Me sinto francesa dizendo isso.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Luz

Eu me vejo sendo massacrada por milhares de borboletas incandescentes, prontas a me atacar, me torturar e então eu caio em um precipício luminoso, com uma música calma e um cheiro de perfume barato rondando o ar, suplicando para que eu vá mais fundo, agarre com mais força, queira muito mais do que eu já tenho.
Estico a minha mão meio aquele moinho de palavras sussuradas e agarro uma folha de papel, preenchida com linhas tortuosas e margeada de asas macias, eu desejo e lá no topo aparece escrito "Suas Falas" com uma caligrafia quase angelical. Suspiro e logo estou rodando de novo, deixando para trás folhas, suspiros e borboletas.
Fico deitada por um tempo até entender que parei de rodar e desejo fervorosamente não sair mais do lugar. Aquela luz que havia antes, aparentemente, se tornou mais intensa e meus olhos lacrimejam quando tento olhar em volta.
É uma sala cheia de quadros, com pessoas em preto e branco me encarando com olhos, ora bondosos, ora acusadores. Em um canto próximo há uma porta de madeira, onde estão talhadas as iniciais E.V, eu me vejo em um espelho. A luz incomoda meus pensamentos, é como se eu pudesse ver através de mim, como se eu pudesse ver mais do que deveria e então a porta se abre.
Vejo um lampejo seu. E então não vejo mais nada.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Deixe-se pensar

Pobres noções de nada. Correm pelas minhas veias, explodem e formam redomoinhos por volta e com a corda toda sobre meus pensamentos. Abra-se e ela se abre como uma verdadeira forma de luz e paz para aqueles que já perecem na natureza morta de não ser. Poderia existir algo mais sublime do que a falta de não ter o que não ser?
Todas as mensagens são compostas de séries estranguladas de hipocrisia, de falta de bom senso, de falta de vontade de ser algo mais do que nos resta e do espelho mesmo você pode ver, todas as rugas, marcas de expressões ou a falta da mesma, somos tão pequenos e ninguém para pra pensar que talvez o erro dos erros seja nosso. E é nosso.
Todo o tempo é perdido com a falta de maturidade que o povo esqueceu de praticar, esqueceu que existia, fingiu que não sabia e agora culpa os outros. Mas quem são os outros senão parte do grupo daqueles que culpam também o próximo?

Morros desabando, ventos uivantes que batem na sua cara te lembrando que é mais forte, água e mais água, talvez te recordando que um dia só lhe reste água salgada; Lágrimas por aquilo que um dia foi. O mundo ta reagindo? Sim. E nós? Vamos continuar agindo como estivemos? Será culpa do governo ou falta-nos o bom senso? Acho que é hora de abrir o baú e encontrar aquele restinho de vergonha na cara e admitir que o erro é nosso. Deixem com que eles joguem a culpa nos que estiverem mais próximo. Eu assumo meus erros. Você também devia.

C O N S - C I Ê N C I A

sábado, 1 de janeiro de 2011

Sombra

Qual seu nome? - Perguntou, claramente frustrada, a menina.
Tenho o nome que quiser, -respondeu a sombra na parede fria e pálida - É só me falar o que tenho que ser.
Mas a menina não queria que a sombra fosse nada, gostaria que fosse apenas uma sombra e como se atendesse seu pedido, a sombra permaneceu sombra em silêncio. Após minutos encarando aquilo como se estivesse louca, resolveu verificar sua sanidade e por fim, disse:
- Calou-se, ótimo...
- Não calei, estava apenas esperando sua resposta - argumentou a sombra, na defensiva.
- Não quero que fales...
- Se realmente não quisesse, nem falaria comigo de princípio... Veja os fatos, você precisa de alguém para conversar e aqui estou...

A menina considerou o argumento, encostou sua cabeça na parede e deu início a uma longa conversa com a sombra. Passadas talvez duas horas em que se encontrava perdida meio a conversas interessantissimas com a sombra, sua mãe a encontrou e ficou observando a menina, que não havia notado a presença materna.
A mãe ficou alguns, de acordo com sua mente, longos minutos vendo aquela prosa e então resolveu pronunciar-se.

- Pare de falar sozinha e entre em casa, a janta está na mesa.

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Só porque todos batemos longos papos com nós mesmos e quando vemos alguém fazendo isso em voz alta, o chamamos de loucos. (: