quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ensaio sobre a existência

   Há seres que devem simplesmente se conformar com suas existências, nada de discutir ou questionar, aceitar, apenas. Sou assim, sempre fui, resignada com o que sou, com o que represento para os homens, com o que faço. Sempre serei.
   Há anos pertenço à um mesmo homem, e não posso me queixar de maus tratos, pelo contrário, ele sempre nutriu por mim uma fascinação que beirava o doentio, para dizer a verdade: não beirava, ultrapassava a barreira do moral aceitável. O prazer que ele sente ao me manipular em suas mãos é imoral.
   Certas noites, eu era retirada da minha inércia por suas mãos obsessivamente trêmulas e quentes, suando um terror insano de quem iria atravessar os limites de si mesmo. Apertava-me sem cuidado, agressivo, frio, mas me movimentava em linhas precisas, em diversas direções.
   Eu era jogada ao ar e, sem aviso, atingia uma superfície delgada, rasgando-a, não por vontade minha, mas pela imposição daquele que me detinha e pela naturalidade da minha essência. Sim, sou capaz de ferir com precisão e matar sem prévia consciência.
   Não é explicado à mim ou a outras de minha natureza que aquela substância quente e viscosa, que escorre por mim e em toda a minha volta, significava algo ruim ou condenável. Falam de morte, por ela soluçam e berram, mas não é oferecido à mim o conhecimento de tais coisas.
   Eu sigo os movimento para os quais sou guiada, não sei e não respondo pelas consequências deles. Falam de crime, assassinato e tragédia, chamam-me de arma branca, mas para mim, eu sou só um produto dos homens: ferro fundido em cabo de madeira. Eis o que sempre fui, o que sou e sempre serei.

Giuliana Sona, Paula Tramontano e Salete Corrêa

sábado, 27 de outubro de 2012

comigo

Será que vai ser assim? Pra sempre?

Eu sempre falei demais, demais até do que eu mesma poderia lidar. Mas eu acredito que para de ser difícil se expressar a partir do momento que você tenta. Tentar, sabe?
Não é culpa de ninguém, mas eu me sinto diminuída em milhares de pedaços quando vejo o teu sorriso forçado, o teu olhar vacilante... O medo de te perder, de perder tudo o que me baseio, o medo de nos perder em algum lugar pelo caminho... toma conta. Toma conta de mim.

Conte. Comigo.


"You shine brighter than anyone"

quinta-feira, 26 de abril de 2012

                  Valsa para o inferno - Fotonovela


Giuliana Sona
Salete Corrêa
Paula Tramontano
Letícia Fudissaku

quinta-feira, 5 de abril de 2012

every breath you take

Nunca foi necessário me dizer o que sentir. Nunca foi necessária a certeza que você sente o mesmo.

Cada noite, cada sorriso, cada olhar... Bem... Eu já sabia.

Não há um começo, nunca há. Eu não sei dizer onde foi que decidimos ser assim, tão certos. E se eu paro pra pensar, vejo que não há explicação... Nós não temos uma.

Eu nunca pensei em como seria caso não fosse nós. Eu não preciso disso. Minha imaginação não vai tão longe pra imaginar o que é impossível em um grau tão alto assim.

Esquente minhas mãos. Suas mãos quentes, as minhas mãos gélidas.

I heart you, pea.

domingo, 1 de abril de 2012

herz

Arranco de minhas próprias mãos como se estivesse infectado. Coloco-o de volta em seu devido lugar. Encaro-o com maravilha. Digo que me pertence. Não o colocaria em outra posição, a não ser desse jeito, dentro de mim.
Bate por dentro, em todos os cantos, assombrando uma canção verdadeiramente mórbida. Sempre há uma morte. Seja física ou sentimental. No nosso caso? Física, certeza.

Há sempre um vazio à ser preenchido, mas não agora. Não em nós.
Há sempre uma conversa à ser terminada, mas não hoje. Não com a gente.

E eu? Eu não vou cansar de você, desde que ele continue a bater.

Ritmado, parecendo cansado, mas sempre, sempre, pulsando apaixonado.

quinta-feira, 22 de março de 2012

10+1

Recebi essa proposta da fofa da Lorenna, uma blogueira super charme: http://milalices.blogspot.com.br/

Dizer 11 coisas sobre a minha pessoa... então, vamos lá...

1. O que você mais gosta de fazer no mundo
Nunca parei para pensar nisso, mas se tem uma coisa que eu nunca abriria mão é do tempo que passo com a minha família. Então, creio que ficar com eles é o que eu mais gosto de fazer.
2. Um sonho
Posso ser clichê? Não? Ah... diria que conseguir dirigir um curta-metragem é o meu atual sonho.
3. Um livro
A menina que roubava livros - Markus Zusak (aliás, esse cara é genial)
4. O que você mudaria no mundo
A educação das pessoas
5. Estação preferida
Outono e Paraíso.
6. Um filme inspirador
Inspirador em qual sentido? Creio que "Amèlie Poulain" me inspirou a entrar nessa área cinematográfica, mas inspiração no sentido de ser uma pessoa melhor, não há.
7. Uma pessoa
Não gosto de simplificar as coisas desse modo... Mas digo que Chico Xavier é uma grande pessoa.
8. Um lugar
Tantos. Colorido. Preto no branco. Branco no preto. Calmo. Agitado. Diria que adaptável é a melhor opção.
9. Porque você criou o blog
Precisava de um lugar onde minhas emoções não fossem pré julgadas por mim mesma. No pós julgamento é aceitável, mas meus posts são bem espontâneos e eu nem vejo o que escrevo para não influenciar a mim mesma nos sentimentos... Aha, que complexo isso pareceu... Enfim.
10. O que você mais fala
"Mano". É... gueto feelings.
11. Diz o que te vier à cabeça
Seja você, sendo o que é de verdade.

_

'... siga o vento, minta o tempo, siga o vento e para mim sendo, eternos, assim, inquietos... tempo'

quarta-feira, 14 de março de 2012

V

As estrelas que percorrem o céu do seu ser, nada mais me faz querer ser como é determinado para sermos, assim tão opacos, tão cansados de sermos o que estava predestinado a ser. Vazios.

A sua caricatura na parede do meu quarto, o teu sorriso estampado nas minhas mil mentes. Tudo é como semente. Tudo é como espelho. Reflexo de um presente, de uma vida mal passada à ferro, mal esticada aos erros.
Quero a presença de um ser mais indomável, mas antes de tudo, você.

Por que não abre logo essa porra de porta? Me deixa entrar, amor.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Boom

Depois do nublado de pensamentos, do choque, do gosto bom na boca, depois de todas as coisas que nos fazem o que somos, perturbados e felizes até certo ponto, vem a calma.
Nunca gostei de achar que a vida tem tudo planejado. Todos nós temos escolhas. Mas o que seria de qualquer coisa sem planejamento?

A vida pede e se repete cada vez mais. Minha mente dá um boom diante das expectativas. Não sou tudo, mas não sou pouco. Cuidado.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Calma

Não selvagem. Pelo menos não tanto quanto eu gostaria que fosse, mas mesmo assim necessária. A vida nem sempre supera as nossas expectativas, mas eu não posso culpa-la. Somos tão sem graça. Na minha cabeça, a vida é uma mulher alta, de cabelos da cor do céu, dentes brancos e uma calmaria como nunca vista... sim, ela é calma, porque na maioria das vezes nos ajuda a aceitar os erros sem querer fugir de nós mesmos. Pode ser que mais pra frente eu descubra que nada é o que eu imaginava ser, mas aí, pelo menos independente do que venha, eu continuo tendo a minha imaginação para me segurar. Aqui ou lá no alto, tanto faz.

"Deixo a vida me levar..."

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Caminhos

Abra as asas. Sinta o ar, pequena. Não deixe isso te censurar, não deixe nada te impedir de sonhar, de tentar, de ser feliz como deve ser e será. Não aceite os medos, porque eles são reflexos de falhas a serem costuradas, removidas, talhadas mais perfeitamente em seu ser. Nada é como parece ser porque nada realmente é. Tudo vai parecer mais intacto, certo e perfeito quando você descobrir que a vida -AH- a vida é o caminho mais difícil para aprender a escolher entre o que é do bem e o que é errado.

It would be easy to see as long as you keep your thoughts on me.