domingo, 27 de março de 2011

Sete

Quantos anos fazem? Na verdade, não importa, mas nós fazemos questão de nos lembrar e relembrar. Me conhecer foi a parte essencial para conseguir te conhecer.
Sinto como se você fosse um anjo, algo que eu criei e guardo em memória para me confortar. Digo e repito para mim mesma que é real, mas como pode ser real algo tão abstrato? Será que não é de mentira? Depois de tanto tempo sem saber qual é a verdadeira face da verdade, eu te quero mais perto, te quero mais para mim, te quero como amigo, como irmão, como anjo presente.
Um faz de conta criado para suportar meus pensamentos insanos? Que concorda discordando com o que eu digo, que me faz parar e pensar melhor, que me apóia e que não descança nunca?
Você se perde na vida, nunca me chama para te acompanhar e eu fico perdida também. Fico com raiva, quero ler seus pensamentos, saber onde está. E é assim que eu sinto que você é um anjo. Sempre me encontrando; Por vezes, enterrada diante do peso da solidão. Sete é meu número da sorte.

_

E quantas vezes eu precisei dizer
A vida nunca faz mais do que o necessário
Para nos afirmar que somos mais
Somos maiores e mais que tudo
Somos eu e você

quarta-feira, 23 de março de 2011

it's all about me, all about us


I feel like an unicorn. Full of colorful emotions and sorrow. Does it make sense?

sábado, 12 de março de 2011

Liberty


Pensamos em direitos. Nós pensamos direito?

É a velha moral da vida. Aquela senhora
que passa o dia tricotando na varanda,
com pantufas e coque no cabelo loiro, desbotado.

Não há ninguém que possa te dizer o
que fazer e que a opinião seja melhor que a sua.

Liberty. Liberdade de ser, então seja.



A brisa calma, o cheiro de primavera que invadia seus cabelos, seus desejos. Andava descalça em grama molhada, úmida de lágrimas primaveris. As flores cantavam ao seu redor, oh belo dia que nasce das profundezas terrenas, do choro minguado da lua mal iluminada. Ajoelhou-se como se fosse rezar, estendeu os braços como se fosse louvar, fechou os olhos como se fosse chorar e suspirou como as paixões sem endereço, nem sobrenome.
Ela era quem deveria ser, ninguém havia lhe dito o que fazer. As árvores a encaravam com admiração, as folhas queriam tocar sua pele dourada, o sol tranquilo a queria em seus braços e todas as flores cantavam fervorosamente em adoração à liberdade.

"Seja. Sinta. Ame como bem entender."
R.Sigma

sexta-feira, 11 de março de 2011

Rotina

Ela acorda todo dia tentando se manter em uma linha invisível. Passo por passo através do chão duro e frio, não há muito o que fazer, a rotina tomou conta de seus poros, de seus pêlos e ela já não é mais quem deveria ser. Um som agudo de dor soa em seus ouvidos, mas ela o ignora, assim como ignora todo novo som que lhe atormenta. Seu coração pulsa lentamente, como se estivesse entediado com a situação, pronto para dar um golpe a qualquer minuto.

Uma sombra a para. Ele tem formatos regulares, um sorriso encabulado, um jeito de quero mais do mundo. Sua respiração se torna irregular, seus joelhos fraquejam, seu coração vê o momento certo para dar o bote e ela o quer. Quer mais de tudo dele.

Então surge um momento de loucura naquela rotina, mas após alguns dias torna-se uma rotina novamente.

Ela acorda todo dia pensando nele. Passo por passo ela retira as camadas de seu coração. Ele não lhe diz nada. Mas ela é toda pensamentos. Uma rotina. Novamente.

terça-feira, 8 de março de 2011

Se o tempo parasse...


Como pode ser tão fácil para alguns? Ver-se livre do chão? Ir alto e tão longe, capazes de fugir do alcance até dos pensamentos inoportunos? Será que se livram da dor? Será que não se machucam na descida? Permanecem nas alturas quando ficam por baixo?
A dor deveria ser feita de açúcar. Para derreter com a chuva. Para melar os dedos. Para nos dar alegria.
Seria fácil demais -diz o pobre vendendor de jornais, e eu concordo com um aceno de cabeça triste.

Poder querer e dizer é demais, então preste atenção:

Eu falo de voar. Pensamentos são mais felizes quando estão por alto? Qual o gosto das nuvens? Já esta fazendo sol? Vai chover? O vento forte não desvia seu rumo? Você sabe pra onde vai?

O máximo que eu posso chegar de você é sorrindo, mas estando pelo alto você me trouxe dor. Volta pra cá, passarinho.

Novamente, eu me sinto mais no chão do que nas nuvens. Queria saber como é aí em cima. Me leva?

sábado, 5 de março de 2011

No Sunlight

E finalmente eu me jogo nos desprazeres de ser totalmente aberta para novas ilusões, para novos meios de sofrer perante meu coração já encabulado.
Não me apaixono. Pior. Coloco-me diante de suas espadas cruéis e não me sinto nas nuvens, me sinto no chão. Bem abaixo de seus pés e eu não entendo porque faço isso.
Não choro. Pior. Derreto por dentro, como gelo em mãos mornas. Finjo que não vejo, por mim, aliás, está tudo muito maravilhoso. Essas mentiras convencem a todos, só não a mim.
E você me é indecifrável. Seus pensamentos não existem, talvez seja melhor até imaginar que tu não pensas, em mim tão pouco.
Qual a ideia insana que se coloca a frente de todas as outras que lhes são gratas por existirem. E eu não consigo pensar em mais nada.
Me responda. Me dê um sinal. Me deseje.
-

E todos esses sinais pertubados
De um meio mal intencionado
Milhares de almas se põe a cantar
Louvando aos ares, o que há
E o que há?
Intuições de um ser que mal é
Lembrado pelas certezas de quem o ama
E quem será? E o que há?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nada Aconteceu

Ela jogou-se, reprimida por seus pensamentos, em mar profundo. Água ou gelo, não poderia dizer, pois foi tão rápido quanto o ato de pular.
Afogou-se então em lágrimas, chorou por desespero, quis por consolo não sair mais daquela posição e vulnerável que estava, fechou os olhos.
A dor aguda pairou sobre seus pulmões e suas bocas pediam reza, ajuda de qualquer plano que pudesse toca-la. Ainda não sabia que morrera.
Pensou no mundo ainda colorido sobre seus olhos fechados e quis ter certeza que não sonhava. Abriu a boca e suspirou fundo. Ah, quão fundo tinha de ter ido para chegar onde estava...
Ninguém ousou dizer uma sílaba, por respeito, afeição, por qualquer razão que seja, seguraram na garganta os gritos histéricos de sanidade. Não queria ser sã, ninguém precisava disso agora.
Seu cérebro apagou lentamente, sua boca secou de tristeza e nada podia conforta-la.
Levou os braços aos joelhos, agarrou a pele com os dentes e gritou com a sanidade de um titã.
Parou alguns segundos, suspirou, abriu os olhos e saiu andando calmamente.
Nunca nada aconteceu.

-

As dores profundas de um calor mal resolvido
Pensamentos insanos que me torturam a mente
Indiferente ao temor, você adormece
Esquece que me viveu ontem
E não liga se eu quero viver de novo
Amanhã.