sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cidade cinza do céu azul


Uma rua abriga milhares de passos
O ar acolhe vozes simultâneas
Meus joelhos se atiram na imensidão do céu azul
Caminho lentamente, sem falar
Respirando as vozes, o ar, respirar

O sol invade minha janela das ilusões
Me retorço e me queixo
É manhã na grande São Paulo
Já posso ouvir os passos apressados
Caminhando alternados
Pelos cimentos esburacados
Sorte que nos pés só reclamam os calçados

A vida é cinza de cima da torre
Nó de proteção me impede da loucura
Pular e esquecer que não voo
Sentir-me livre dentre o sopro da tua voz
Só da tua voz doce e não o culpo

Faço-me prisioneira do meu destino
A cidade me deseja boa sorte
A sorte esta em cada sorriso apressado
Há quem não veja a felicidade do serviço pesado
Mas só existe tristeza onde não há humanidade
Somos humanos em busca da sinceridade
Felicidade só não temos porque não queremos

O sol busca a cidade movimentada
E me acorda pra dizer que já chegou a hora
De tomar café e rezar
Respirar as vozes, o ar, respirar



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