segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tempo

Vá com calma, repetiu freneticamente para o pulso agitado em seu peito, mas ele não parecia lhe ouvir, ou pelo menos não parecia interessado em tentar.

Foram dois anos sem nem ao menos tentar o certo, tentar de novo e então, finalmente, ela abriu seu coração para mais uma primavera. O que são os dias de quem não sente-se inspirado para inspirar? Os dias monótonos e vazios de quem não acorda de manhã com o gosto da saudade?
Esta indo rápido demais, dizia á seu coração. Acalmava-o como quem tenta acalmar uma tempestade, eu quero dizer, isso não depende de ninguém, não é mesmo? Acalmar algo que não pode nem se quer ser controlado. Meu coração bate involuntário, consequentemente, ele sente o involuntário também.
Tempo - diz - dê tempo, ao tempo - repete. E se o tempo precisar de mais tempo para definir-se como tempo o suficiente? Eu preciso de mais dele, não de mais tempo. O tempo só é consequência do querer. Mas afinal de contas, quem eu estou querendo enganar?

Hoje, eu controlo meu coração. Mas eu não quero dizer á ninguém o que fazer. Eu confio em você.

Um comentário:

WashH disse...

é uma arritmia cardíaca, você não consegue controlar de quando bate mais forte ou fraco, e o tempo equilibra voltando ele (coração) ao normal.

O que pode haver também é que nem sempre a gente quer que volte ao normal.